Criar um Site Grátis Fantástico
ONLINE
1




Total de visitas: 171
"Conhece-te a ti mesmo"
"Conhece-te a ti mesmo"

 

O que de fato eu procuro quando busco no outro a felicidade e realização dos meus desejos?

 

Somos conduzidos por buscas incessantes de realização, algumas tangíveis outras intangíveis à consciência. Quando conscientes, tornam-se palpáveis na possibilidade substancial de realização através do outro. Entretanto, quando inconscientes, a mesma possibilidade pode estar presente, mas de forma silenciosa e desajustada encobrindo aquilo que de fato procuramos quando buscamos alguém.

Muitas vezes somos levados por fantasias inconscientes que nos faz projetar no outro aquilo que não alcançamos a nível psíquico individual. Quando isso ocorre, grande parte dos relacionamentos tendem ao esgotamento e ao fracasso.  Para que isso não ocorra é necessário um encontro pessoal consigo mesmo, só então estaremos abertos e preparados ao encontro verdadeiro com o outro.

O ser humano é conduzido a todo instante à busca de sentido e preenchimento de um “vazio” existencial pautado na ilusão de uma “completude” que não existe.  Isso não invalida a busca pelo preenchimento e resgate do si mesmo, o único que pode ser alcançado. A máxima do Oráculo de Delfos “Conhece a ti mesmo” é o principal caminho de encontro pleno e realização dessa “odisseia”  que não tem fim.

Quando não nos conhecemos, nos tornamos presas fáceis das nossas projeções inconscientes que, muitas vezes, é negada por nossas defesas e se substancializa no outro. Este, engessado e modelável às expectativas que o outro lhe impõe, quando toma consciência do processo, rasga o véu da inocência e rompe a cadeia de ilusões. É nessa hora que as fantasias criadas e projetadas tornam-se um perigo para ambos, podendo, através da passionalidade, assumir a forma de um complexo e/ou fixação de proporções irreversíveis.

Somos condicionados  por um processo educacional familiar que, em grande parte, anula o processo criativo de desenvolvimento da criança.  Quando isso ocorre, a descoberta do si mesmo e do mundo vai perdendo força e um “eu” fragmentado e desajustado vai ganhando espaço na vida do sujeito. Ao tornar-se adulto, por não ter aprendido a lidar com seus desejos e por ter deixado seu potencial criativo e instintivo de lado, transforma-se em alguém insatisfeito e desejoso de uma completude inexistente que será, muitas vezes, projetada no companheiro(a).

Para sairmos da “escuridão” e nos tornarmos senhores de nós mesmos é necessário caminharmos  ao nosso encontro. O outro, embalado na mesma canção, encontrará versos para compor uma nova melodia. Quando o disco está arranhado, a música perde a sinfonia.

 Carina Castro Cerqueira, Psicóloga Clínica.